sábado, 15 de fevereiro de 2014

Genialidades



O horror sórdido do que, a sós consigo,
Vergonhosa de si, no escuro, cada alma humana pensa.

Álvaro de Campos









quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Momentos...

Quando somos pequenos, principalmente as meninas, tendemos a imaginar a nossa vida futura como um romance cor-de-rosa. Mesmo quando chegámos à tão malograda fase da adolescência, com as hormonas descontroladas, guardámos sempre num cantinho do coração aquelas horas que passamos a idealizar o príncipe encantado, a imaginar a casa em que viveríamos, uma grande mansão, com piscina e tudo o que nos agrade à imaginação. Pelo menos foi assim que aconteceu comigo, nunca parei de idealizar, de almejar conhecer o meu principie encantado e viver feliz para sempre com ele num casarão, cheia de filhos e gatos. 
Depois, lá chega a altura em que nos apaixonámos, em que o amor nos inebria e a paixão nos tolda a mente. Durante os primeiros meses em que nos deixamos envolver nada nem ninguém existe. Apenas nós e a nossa felicidade louca e a sensação de que somos invencíveis. 

E a vida segue o seu curso natural, se forem felizardos o suficiente, em conjunto com a vossa cara-metade. Foi o que aconteceu comigo. Às vezes ainda me preenche aquele sentimento de irrealidade, será que vou ser sempre assim tãaao feliz? Será que com o tempo esta sensação de furor, de êxtase vai amainar? Porque quando somos abençoados com a dádiva de um amor assim tão doce, leva uns tempos a acreditar. E quem quer saber se a mansão se transforma num T1 ou se o príncipe encantado ressona durante a noite se de manhã acordam com um poema assim na vossa mesinha de cabeceira....

Não estejas longe de mim um dia que seja, porque, 
porque, não sei dizê-lo, é longo o dia, 
e estarei à tua espera como nas estações 
quando em algum sitio os comboios adormeceram. 

Não te afastes uma hora porque então 
nessa hora se juntam as gotas da insónia 
e talvez o fumo que anda à procura de casa 
venha matar ainda meu coração perdido. 

Ai que não se quebre a tua silhueta na areia, 
ai que na ausência as tuas pálpebras não voem: 
não te vás por um minuto, ó bem-amada, 

porque nesse minuto terás ido tão longe 
que atravessarei a terra inteira perguntando 
se voltarás ou me deixarás morrer. 


Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Rasgos de Tempo

"Às vezes quando, abatido e humilde, a própria força de sonhar se me desfolha e se me seca, e só posso ter como sonho o pensar nos meus sonhos, folhei-os então, como a um livro que se folheia e se torna a folhear sem ler mais que palavras inevitáveis." 


Este blog nasce de um estado- de- espírito, de uma ânsia de não deixar que os sonhos fujam, de os agarrar pela raiz e deles me nutrir, pois os sonhos são construídos das coisas mais simples, mais mundanas e dos momentos mais felizes. Cabe a cada um de nós fazê-los crescer e nunca desistir deles, por mais loucos que nos possam parecer...

Aqui poderão encontrar um pouco de tudo o que me faz feliz e me faz sonhar...espero que ao partilhá-lo com vocês os possa fazer também um bocadinho mais feliz todos os dias . :)